terça-feira, 28 de julho de 2009

Oficina de Arte-terapia para pais da ONG 2A

Um relato da experiência, aprendizado e emoções.
por Talina Lóss de OliveiraPsicóloga. Especialista em Administração de RH. Formação em Arte-terapia. Diretora Psicopedagógica da ONG 2 A.

O ASCA – Ampliando Saberes Construindo Amizades é a turma dos pais da ONG 2A em toda sua existência representada por mães. Hoje com mais de três anos de trabalho conseguimos uma turma volumosa, assídua e comprometida com a educação dos filhos, com a busca por novos conhecimentos e por sua valorização pessoal.

ASCA - Ampliando Saberes, Construindo Amizades

E foi identificando nelas a representação deste espaço como d
e valorização pessoal que foi proposta no semestre passado uma oficina de arte-terapia, com o objetivo de canalizar emoções positivas, diluir fatores dificultadores da rotina pessoal, além de proporcionar um espaço de produção e criatividade.

A Arte-terapia tem como proposta terapêutica a expressão artística como intermediadora para chegar às emoções do indivíduo. Podendo ser mediada por dança, teatro, música e artes plásticas esta última foi a nossa escolha como recurso predominante na oficina.


Optamos por enfatizar temas que propusessem o resgate da auto-estima, a valorização de fatores positivos do cotiadiano, a tomada de decisão, o companheirismo e amizade entre o grupo, que na comunidade são vizinhas.

Conduzimos sete encontros e nestes adotamos atividades onde utilizamos alguns recursos das artes plásticas: 1. Pintura acrílica em papel, 2. Pintura acrílica em CD, 3. Desenho com lápis de cor em papel, 4. Scrapbooking (técnica de decoração de álbum de fotografia) em vinil, 5. Colagem de sementes e grãos em papel, 6. Picote de revistas e colagem em papel. Não desprezando a aula de substituição que a colega Dayane ministrou no 7º encontro com a arte de contação de história.

A Turminha Fazendo Scrapbooking


A proposta da oficina de Arte-terapia gerou sentimentos e comportamentos nunca manifestados em semestres anteriores pelas mães. Foi possível obter concentração e empenho na realização das tarefas. Apego e zelo pelos materiais produzidos. Respeito e acolhimento das colegas durante o compartilhar. Desabafos, relatos de bem estar e lágrimas de pesar retrataram a confiança e credibilidade adquiridas. Desafiaram-se a construir e representar o belo e fatores positivos do cotidiano com apreço e esmero. A afetividade também aflorou, dividimos materiais, nos abraçamos ao nos despedirmos, nos confraternizamos durante o lanche e oramos juntas a pedido delas (gesto acolhido embora não há nenhuma tendência religiosa na proposta da ONG 2A).

A música de fundo nos acompanhou durante as atividades, iniciávamos com um relaxamento breve, em algumas tarefas utilizei de visualização criativa, conduzíamos a orientação para realização da tarefa e acompanhávamos com todo suporte técnico (com materiais) e psicológico, presente e atenta sempre! Após conclusão de todos os trabalhos fazíamos o compartilhar facultativo e encerrávamos com um acolhedor abraço coletivo, desejando nos encontrar em nosso próximo encontro. Os filhos menores de algumas mães estavam presentes, buscamos não nos desconcentrarmos. Iniciamos com 18 participantes e apenas 4 não puderam dar continuidade.

Indico a realização desta oficina nos trabalhos comunitários realizados Brasil a fora não esquecendo da segura postura e técnica do profissional na condução e utilização das ferramentas de arte-terapia no nosso caso apoiadas pelos materiais e bibliografias abaixo citadas:
Materiais disponibilizados pela ONG 2A – Acreditando e Aprendendo
Apostilas do CURSO DE FORMAÇÃO EM ARTE-TERAPIA. Elaboradas pela Psicóloga Márcia Melo de Araújo, 2000.
Carvalho, Maria. A ARTE CURA? EdpsyII, 1995.
Pain, Sara. e Jerreau, Gladys. TEORIA E TÉCNICA DA ARTE-TERAPIA. Ed. 2. Artmed, 2001.
Rhyne, Janie. ARTE E GESTALT: PADRÕES QUE CONVERGEM. Ed. Summus, 2000.

Coloco-me a disposição para tirar dúvidas e obterem sugestões de atividades. Um carinhoso abraço a todos que puderam prestigiar a emoção relatada deste artigo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Brasil, um país de todos

por Júlia Brito

O Brasil, como um Estado Democrático de Direito, em que a norma (entenda-se lei) de uma forma geral deve ser obedecida, tem como fundamento, dentre outros, a cidadania.

Para quem não sabe, a ONG 2A – Acreditando e Aprendendo - tem como objetivo o resgate da cidadania de Adolescentes e crianças da Comunidade Santa Filomena, situada no Jangurussu, Fortaleza/Ce. Mas, o que seria a cidadania? De forma sucinta, cidadania é o conjunto de direitos e deveres inerentes ao cidadão. É com a cidadania que o homem/mulher, por exemplo, tem a possibilidade de participar das decisões de sua comunidade, de seu governo. É com ela que se regulamenta a vida em sociedade, com imposições normativas, que devem ser cumpridas, caracterizando-se, assim, os deveres do cidadão. É o acesso à justiça e a oportunidade para todos. É o direito à vida, à saúde, à educação, à moradia, ao transporte, etc; seja da cor, da raça, do sexo que for. É a liberdade e os direitos civis, sociais, políticos e econômicos, e, o mais importante, é o conhecimento desses direitos e deveres para, finalmente, colocá-los em prática.

Porque então temos como intuito o resgate da cidadania dos jovens desta comunidade? O trabalho da ONG iniciou justamente vislumbrando a carência da população em informações. Infelizmente, a sociedade como um todo carece de conhecimento, sendo mais visível este padecimento, historicamente, nas comunidades mais carentes. Nos países subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil, em que há uma grande disparidade social e que se criou uma “cultura” de que o dinheiro ainda “compra” educação, a escassez de recursos e de expectativas e possibilidades de aferimento de renda melhor ensejaram a falta de inclusão social, no sentido de haver precariedade na disseminação de informações, que são comumente obtidas em sala de aula.

O trabalho voluntário, como muito bem posto no post abaixo, veio justamente calhar nas lacunas ai existentes. Nosso trabalho, especificamente, é dar a quem quer e necessita conhecimento sobre o que é a cidadania e como coloca-la em prática. E, com isso, trabalhamos os temas de saúde reprodutiva, política, trabalho, cultura, história, sem esquecer, claro, da inclusão de valores sociais, como a abordagem da família e a sua importância. É basicamente nisto que consiste o nosso trabalho e iremos continuar a nossa luta a fim de que realmente faça sentido quando se diz “Brasil, um país de todos”.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ser voluntário


por Erick Sampaio


Segundo a Lei 9.608 de 18/02/1998, o serviço voluntário é o trabalho não-remunerado realizado por pessoas físicas, sem gerar nenhum tipo de vínculo empregatício, obrigações trabalhistas ou previdenciárias.O vocábulo voluntário vem do latim e está ligado ao verbo querer e à ideia de vontade como voglia, volontá, volere, volentieri, palavras que, na língua italiana, tem todas o mesmo significado próximo: vontade, desejo, querer, estar de boa vontade, querer com muito gosto, etc. Um voluntário é aquele que está disposto a olhar o próximo, importar-se com ele e fazer algo de bom por ele. Motivado por valores de solidariedade, doa seu tempo, trabalho, recursos e talento para uma causa de interesse social. De maneira participante e consciente, o voluntário torna-se um transformador do seu meio e poderá possuir diferentes graus de comprometimento.
Os voluntários podem contribuir de diversas maneiras: abordando novas idéias, executando tarefas, exercendo funções de liderança e multiplicando esforços.
Descubra seu talento e torne-se um voluntário.

domingo, 5 de julho de 2009

Poema de um voluntário

por Fábio Silva, Educador da Turma PR

Certos calafrios a divagar
Reflexões, tentativas, erros, alguns acertos
Tudo a contemplar, sempre a suspirar

Doce, singelo, tempestuoso mas excitante
Curiosidade, apreensão
Porém, sempre cativante
Esquecer? Jamais ... ! Pra que ?Por quê ?

Deixando correr
Esperando nascer
Abortar ? Jamais ! A esperança é renascer .
No novo olhar , um reencontro
A palavra a indagar , um desafio
Em cada não, uma vontade de abrir para ao sim

São Erês
Pensam ser gigantes
E o são
Não no corpo
Mas sim na alma, na glória !
Minhas crianças , meus amores, meu futuro

domingo, 28 de junho de 2009

Minha história no 2A

No ano de 2002 eu, Arilúcia, soube através de minha prima que existia um lugar muito legal onde as pessoas faziam atividades e arpendiam como melhor viver em sociedade. Resolvi conhecer.

Foi quando conheci o Projeto 2A, que acontecia na Escola Vereador José Barros de Alencar, no bairro onde eu moro. Na época eu tinha 12 anos. Comecei a participar das atividades e me encantei com tudo.

Gincana 2007

Na turma do AD , em 2008

Ao completar 19 anos fui me enturmando e conhecendo os principais educadores do projeto. Ao verem meu entusiamo pelas atividades, me convidaram a participar do quadro de voluntários e hoje eu sou a secretária do 2A.

E agora, como secretária em 2009!
Pretendo crescer mais e mais no 2A. Lá aprendi que na vida a gente tem que lutar para conseguir nossos objetivos, pois sonhos não se realizam se a gente só esperar, temos que lutar, mas sempre a brincar.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Que tal contar uma história?


Você que é voluntário, já pensou em utilizar histórias para iniciar o debate?

A arte de contar histórias é antiga, e uma de suas utilidades é o repasse de experiências. Ao contarmos uma história para outrem, estamos compartilhando vivências, sejam nossas ou de outras pessoas.

Quem ouve a história tem a oportunidade de concordar ou não com as ações dos personagens, e é aí que podemos trabalhar a criticidade do ouvinte. Por isso, tão importante quanto compartilhar uma história é reservar um espaço, no qual os ouvintes possam expressar as suas opiniões. Se concordam ou não com os atos dos personagens e com o desenrolar da história. A partir disso, podemos discutir sobre assuntos importantes, como direitos humanos, cidadania, e tantos outros.

A contação de histórias pode ser aplicada a diversas faixas etárias. O importante é escolher a história de acordo com o tema abordado, e adaptar a linguagem para cada idade.

Ao contar histórias para crianças, por exemplo, é importante utilizar uma linguagem leve, e elementos lúdicos para despertar a imaginação.

Nós, educadores da Turma do Conto (grupo de crianças de 5 a 8 anos), utilizamos uma história diferente a cada encontro.

Um esquema de sucesso foi o seguinte: escolhemos a história “Dois de Cada Vez”-sobre união e companheirismo; levamos desenhos dos personagens da história para cada criança colorir; contamos a história utilizando as figuras coloridas e realizando uma dinâmica, na qual enfileiramos os pares de chinelos dos participantes da turma como se fosse uma ponte. Dividimos as crianças em dois grupos. Cada grupo ficou na extremidade da ponte.

O desafio era passar dois de cada vez cuidando para que o companheiro não caísse da ponte imaginária; depois disso, sentamos e conversamos sobre o conto, solicitando que os meninos e meninas falassem sobre o tema principal da discussão. Foi neste momento que eles compartilharam as suas experiências e opiniões sobre união e companheirismo. No final, fizemos um apanhado das opiniões, e destacamos os pontos principais de aprendizado, mostrando como aplicá-los nas suas relações com família, ONG 2A, amigos e a comunidade.


E você, que tal contar uma história?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Protagonismo Juvenil

Gostaria de apresentar uma dinâmica que, tanto eu como a Júlia, utilizamos na turma do AD (Turma dos Adolescentes) para tentar mostrar a relevância da participação dos educandos não apenas nas reuniões, mas também em sua comunidade. Chamamos de Dinâmica dos Objetos, e funcionava do seguinte modo: estando os educandos de olhos vendados, passamos uma caixinha que continha objetos variados de modo que cada educando pudesse escolher aleatoriamente um. Após isso, retiramos as vendas e perguntamos se aquele objeto tinha alguma utilidade pra eles e, em caso contrário, se teria serventia para algum parente ou conhecido. Quando todos responderam, pedimos que eles imaginassem cada objeto retirado como se fosse uma informação que é repassada pelo 2A. Assim, discutimos a importância dos conhecimentos que ali são repassados, e no protagonismo que os educandos podem assumir ao serem não apenas receptores, mas também divulgadores das idéias ali debatidas. Pois, os temas, que poderiam não ter utilidade para alguns, seriam úteis para outras pessoas, sejam do 2A ou da comunidade.

Tínhamos por intuito, com esta dinâmica, refletir sobre uma possível responsabilidade dos educandos no envolvimento de questões próprias de sua comunidade, mais especificamente, no tocante às questões relativas à sexualidade que, por vários motivos, ainda é um tabu e carece de um árduo trabalho preventivo com o repasse de informações que previnam e esclareçam sobre gravidez indesejada, transmissão de DST’s, violência doméstica, dentre outros. Trata-se de um primeiro passo na perspectiva de trabalhar o protagonismo juvenil no AD. Tal proposta insere-se na missão do 2A que é “melhorar a qualidade de vida da população alvo, tornando-a mais consciente de seus direitos e deveres como comunidade e como indivíduos”.

É isso!

Abraços a todos!