segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A História do 2A - Parte 1


"Meu nome é Mitsue Oyama Siqueira (57), paulista, psicóloga clínica (abordagem transpessoal), casada há 36 anos com Luiz Antonio Siqueira, gerente de postos da BR Distribuidora em Recife (PE), mãe de Karina, Joanne, Wilian e Juliane.

Em julho de 1997, nos mudamos de Balneário Camboriú (SC) para Fortaleza. Após 1 semana aqui instalados, Bete entrou em nossas vidas como secretária doméstica, nos apresentando um mundo novo e perigoso: a favela Santa Filomena, local onde morava.

Após 1 ano de convivência, eu ainda estudante de psicologia, ela pediu para que conversasse com sua filha de 13 anos, precocemente interessada em sexo, num contexto recheado de mães adolescentes e muitas vezes com mais de um filho, de pais diferentes. Bete desejava um futuro melhor para seus filhos e não sabia como abordar assuntos como prevenção de gravidez e DSTs. Pedi para que ela aguardasse passar o período de provas na faculdade, para que ela trouxesse a filha numa tarde de sábado em casa.

Nesse ínterim, conheci José Bleger, na disciplina de Psicologia Institucional, que pregava:
  1. A prevenção como meio mais rápido e barato para a saúde da população;
  2. A ida do psicólogo clínico à comunidade cuja demanda é tanto tamanha quanto desconhecida. Convida o profissional a largar o conforto de seu consultório e ir até onde há necessidades múltiplas, e
  3. O estudante de pisicologia está habilitado a arregaçar as mangas.
- Eu posso? Me questionei, pois desde o 1º semestre percebia as lacunas em todas as áreas e dizia a mim mesma: - Quando eu me forma vou..."

Parecia que Bleger falava através da professora Patrícia para mim. Cresci com essa validação: não preciso esperar a formatura, fui autorizada.

Quando cheguei em casa, nesse mesmo dia, ouvi a chamada do
Jornal Nacional: - Enquanto o número de adolescentes grávidas aumenta, suas idades diminuem. A reportagem mostrava a primeira discussão nacional sobre o aborto de uma fanzina menina de 10 anos, com uma boneca no colo.

Juntando o pedido da Bete, a fala mágica de Bleger e a voz grave de Sérgio Chapelin, me pareceu uma mensagem do Papai do Céu: - Vá até a favela, converse com a Cristina e suas amigas, vizinhas e parentes sobre sexo, métodos contraceptivos, DSTs e afins.

Bete não aprovou a idéias da ida a favela, pela falta de segurança, mas conseguiu uma sala no Colégio mais próximo, pois haviam 27 meninas interessadas em me ouvir e não havia casa que comportasse esse número de pessoas.

Assim, em 31 de outubro de 1998 nasceu o
2A - Acreditando e Aprendendo, no Colégio José Barros de Alencar".

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Música e Educação: um casamento feliz

por Iuri Gaier

O que era senso comum agora tem base científica para sustentar-se: a música é uma poderosa aliada educacional. Não só para acalmar e disciplinar aquela classe de adoráveis educandos,

ou para deixar aquela insuportável aula de física quântica mais interessante, mas para estimular diversas áreas do cérebro e facilitar o aprendizado.

Projetos para o 2A com instrumentos de percussão confeccionados pelos próprios educandos seriam uma iniciativa muito bem vinda, que além do baixo custo desenvolveria a musicalidade dos participantes.

A música é muito importante não só para sensibilizá-los para a música ou para que se tornem artistas extremamente virtuosos, mas para que outras áreas do cérebro sejam estimuladas também.

Sabe-se que a que a área cerebral responsável pela música está muito próxima da área de raciocínio lógico-matemático (as conexões nervosas acionadas ao se executar uma obra clássica são muito próximas daquelas usadas ao se fazer uma operação aritmética ou lógica, no córtex cerebral esquerdo). A música é um dos estímulos mais potentes para estimular os circuitos do cérebro. Além de tudo ainda contribui para a compreensão da linguagem e para o desenvolvimento da comunicação, para a percepção de sons sutis e para o aprimoramento de outras habilidades.

Pesquisas realizadas com o intuito de provar essa característica de estímulo cerebral da música mostram que, depois de meses de aula de piano e canto, crianças mostraram melhores resultados na cópia de desenhos geométricos, na percepção espacial e no jogo de quebra-cabeças do que as que não tiveram aulas de música.

Assim também se observou que músicos destros têm mais habilidade com a mão esquerda do que pessoas canhotas.

Casar música e educação dentro de uma sala de aula, além de gerar resultados animadores e gratificantes, faz com a difícil tarefa de ensinar seja muito mais gostosa e divertida. E não é só o aluno que ganha com isso!





terça-feira, 1 de setembro de 2009

“Declaração do Milênio”

por Sylene Ruiz

“Precisamos mais do que nunca, do engajamento dos voluntários para que o nosso desejo de um mundo melhor para todos se transforme em realidade” – Kofi Annan (Secretário Geral da ONU).


Dando continuidade aos Posts anteriores, por sinal, bem colocados por nossos amigos educando, onde já foi falado de cidadania e voluntariado, vamos declarar os “Objetivos do Milênio”. Sim, para nós que trabalhamos em projetos sociais é importante conhecer a convergência da opinião pública internacional a cerca dos desafios que afligem a sociedade contemporânea.

Em uma matéria publicada no jornal Diário do Nordeste - julho de 2009 (www.projetossociais.org) nos revela que no ano 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, reunida com representantes de quase 200 países, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu objetivos comuns, sintetizados numa declaração chamada “Objetivos do novo Milênio”, que didaticamente tornou-se conhecida e divulgada como “8 jeitos de mudar o Mundo”. Uma espécie de missão do “mundo para o mundo”, onde algumas prioridades foram colocadas para que nossa sociedade como todo, pudesse ter uns rumos certos e objetivos a serem alcançados no novo milênio.

Essas ações propostas foram colocadas a partir de análises aplicadas a cada território geográfico, padrões culturais, relacionamento político estabelecido, nível de desenvolvimento da sociedade etc. daí dada à universalização dos princípios básicos tornam-se aplicáveis a todos os povos.

Eis as 8 prioridades:

1- ACABAR COM FOME E A MISÉRIA;

2- EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS;

3- IGUALDADE ENTRE SEXOS E VALORIZAÇÃO DA MULHER;

4- REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL;

5- MELHORAR A SAÚDE DAS GESTANTES;

6- COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS;

7- QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE;

8- TODO MUNDO TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTO.

Para maior esclarecimento de cada item segue o link: http://www.objetivosdomilenio.org.br/

Bom gente.., o que me deixa feliz não é, claro, o fato de essas questões existirem, mas sim que nós terráqueos e meros mortais possamos tomar ações voltadas para uma vida mais justa e igualitária. _ Parece até “filosofia barata” ou frases já batidas, mas ainda existe muita gente que acha que os problemas sociais são de responsabilidade somente do governo e escondem-se por trás disso para não poder cumprir o seu papel de cidadão.

Apenas quero atentar para que simples ações que tomamos em nosso dia-a-dia como não desperdiçar comida, água, energia, não jogar lixo nas ruas e dedicar um tempo as pessoas necessitadas possam assim contribuir para um desenvolvimento positivo em nosso meio, afinal, as mudanças acontecem primeiramente dentro de nós em nossas atitudes e ações, e se percebermos, essas ações ainda estão inclusas nas 8 prioridades defendidas.

Façam uma boa leitura!

É isso aí!